quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Língua quente

Delinquente, de língua quente. Cada vez mais eu gosto dessas palavras, essas palavras que socam o rosto de alguém culpado por nossa culpa.
Clandestino, no destino do ser de ser clã e o destino do clã é ser clandestino. Cíclico em suas lutas em seus anseios. Toda luta é clandestina. Todo o vencedor sai vencido. Só ganhamos como prêmio outras lutas clandestinas.
Vagabundo, vagando no mundo, vaga, espaço, fundo, abismo..., as dores do real, nenhum segundo é igual, nem um segundo. Nenhum profundo é igual olhe pro fundo, findo.
Estupido, estampado de estampidos, estupro do entupido de massa, estuporado o maior de todos os ruídos, a maior de todas as coragens. 
Vadia, vai-se o dia sobre outro dia, sobre outro dia e sobre outro dia nada se sabe e ela se sustenta, ela peita e ela entende, ela se invade.
Vândalo, em bandos, em pêndulos, os humanistas.
Meliante, desde antes de o mel escorrer, antepara-se a si mesmo, mas respira-se, repara-se e sê. 

Desvio é a única forma de andar.
Choque é a única forma de relação.
Ignorante é ser normal.
Fascinante é o ser-tão.
   
Luta puta
Vagabundos mundos
Medo-cedo
Ficamos mais calmos

Nego, nêgo

Briga bugre e bastas!
Nós garganta
Não nos garanta nada

Viva a luta

Vadia da rua
Ódio remédio
Para espantar o tédio

Apatia 

Apetitoso prêmio
Novalgina em gás
Lagrimas de gênio

Educar é du caralho, velho!

Educação da caça, povo eleito
Feito às nossas falas, feito
Feito os nossos tambores, feito

Repressão 

Represa o cursar do Rio
Alagando em outro canto a voz
Somos nós
Somando nos desafios
De jorrar o Rio em outra foz.


André Vargas